16 de maio de 2008

Esperando o fim chegar - Parte I

Ontem estava eu em mais uma Sessão Etílica Psicanalítica, juntamente com Márcia e Alexandre, na sub-sede Gata Comeu. Entrou em pauta uma viagem dos dois de que naquele dia cairia um meteoro justamente em Curitiba. Eu ainda comentei que seria uma boa cidade para cair um meteroro, pois sua ausência não seria muito sentida.
Passamos então a imaginar como esperaríamos este momento: o derradeiro fim. Alexandre ainda comentou: "não se preocupe, você não iria sentir nada". Concordo. Fiquei então imaginando como eu esperaria pelo fim.
Passo então a imaginar como seriam as últimas horas. Eu reuniria todas as pessoas de quem mais gosto, que mais sinto prazer em estar com elas. Iríamos a Bucólica Barra do Saí, lugar que eu passei muitos momentos felizes, muitas viagens, muitos porres, muitas ressacas... enfim, o lugar em que eu gostaria de terminar meus dias.
Iria rolar o maior churras! Muitas carnes de diversos cortes, as minhas cervejas preferidas (Guiness, Eisenbahn Pale Ale, Brahma Exta, Xingu, etc.), vodkas e whiskys e claro, o Nobre Tubão, carinhosamente preparado por mim. Todos conversando e bebendo, e logicamente, ouvindo o melhor da bagaceira! As clássicas "Marvada Pinga", "Boate Azul", "Dama de Vermelho", "Som de Cristal", "Fio de Cabelo" e por ai vai. Alguns sambas de Bezerra da Silva, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho; um bom e velhor rock'n roll com AC/DC, Metallica, Nirvana, Led Zeppelin, Black Sabbath, todas bandas que marcaram minha adolescência.
Nessas últimas horas só gostaria de ouvir músicas que me fazem bem, me deixam alegre, que lembrem momentos de descontração, de histórias engraçadas, de reuniões históricas. Acredito ter dedicado muito de minha vida à ouvir músicas densas e profundas. Nestes momentos eu gostaria apenas de contemplar a vida, de curtir seus últimos instantes se divertindo, com as músicas que marcaram minha vida e com as pessoas que compartilharam comigo.
Após o Banquete Hedonista, gostaria de levar todos a sacada, onde nos instalaríamos confortavelmente, com o céu como teto, e o mar como horizonte. Esperaríamos o último pôr-do-sol em uma tarde de outono na Barra. Muitas cervejas, conversas, lembranças agradáveis, experiências doidas, alegrias, algumas tristezas. Para essa última parte gostaria de fazer um playlist com canções que me fazem sentir de bem com a vida, que instigam a aproveitá-la, a extrair de toda a tristeza que há por ai, alguns minutos de paz e felicidade.
Começaria com a linda "Learning to Fly", do mais que fodástico Pink Floyd. Canção que já embalou várias viagens etílicas na saudosa Barra, e que metafóricamente nos faz querer voar. Seguindo pelo Floyd, "Us and Them", muitas vezes trilha sonora na Barra juntamente com todo o clássico The Dark Side of the Moon (aliás, talvez se desse tempo, esse deveria tocar inteiro!).
Não poderia faltar um Radiohead. Escolheria a que eu acho mais feliz deles: "High and Dry". Acho que passaria ainda pela deliciosa "The Bends" e terminaria a série Radiohead com a chapante nova do In Rainbows "House of Cards", que como um cara na comunidade do Radiohead definiu: "parece que você está ouvindo Jack Jonhson, só que cheirando benzina".
Seguindo na euforia, a próxima seria a ultra viajante do Doves "There Goes the Fear", música empolgante, cheia de nuances e refrões magnifícos. Para continuar a "onda", não poderia faltar o ótimo Modest Mouse. Não tem como não se empolgar com "Float On", para mim, a música mais feliz que já ouvi. Tocaria ainda a deliciosa "Third Planet", e a nostalgica "Gravity Rides Everything. Para fechar essa sequência mágica do M.M., a singela e bela "The World at Large".
Este tópico já está longo demais. Continuarei a apresentar a trilha sonora desse hipotético e fatídico dia em outro post.

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