6 de agosto de 2019

Eurotrip 2019: relatos de uma viagem - Terceira Parte: Londres I (or Lost in Translation)

Westminster Bridge e uma das melhores fotos da viagem!


"Estou vagando por aí sem ter para onde ir
I'm wandering round and round nowhere to go

Eu estou sozinho em Londres, Londres é linda
I'm lonely in London, London is lovely so

Eu atravesso as ruas sem medo
I cross the streets without fear

Todo mundo mantém o caminho claro
Everybody keeps the way clear
Eu sei, não conheço ninguém aqui para dizer olá
I know, I know no one here to say hello"


(London London - Caetano Veloso)


Da reconfortante e quase pacata Lisboa, partimos para Londres. Com os versos de Caetano na cabeça, desembarcamos na complexa e organizada Capital do Império Britânico. Metrópole histórica e cosmopolita. Gigante em todos os sentidos. Foi um choque cultural muito grande, e em parte, pela língua. Até ali tínhamos falado apenas português e um pouco de inglês com os indianos nos comércios e outros estrangeiros que cruzamos pelo caminho. Já na chegada, no Aeroporto de Gatewick, tínhamos que passar pela tão temida alfandega inglesa, famosa pela rigidez e pelas deportações. 


Para nossa surpresa foi muito tranquilo. Um senhor parecido com o Phil Collins nos atendeu (em Londres tive a impressão que todos ingleses se pareciam com algum cantor(a)!). Sisudo de início, ficou sossegado quando dissemos que iríamos para mais dois países ainda e tínhamos todas as reservas em mãos. 

No transporte do Aeroporto até o Hostel já pudemos notar que ali tudo é distante, tudo é grande, e que o sistema de transporte londrino, embora seja muito organizado e integrado, é de díficil compreensão para quem nunca esteve ali. O Hostel era fantástico, ficava num bairro residencial muito bonito e ainda era ao lado de um tradicional pub inglês.


Logo após a chegada partimos para o centro. Mais um ônibus, metrô, e lá chegamos. Na saída da Estação Westminster você já dá de cara com o Big Ben. Ali a ficha caiu. Estávamos em Londres! Embora em reforma, é um símbolo único. Passeamos em volta, no Guards Memorial pudemos ver a Guarda Real. Depois fomos até a Westminster Cathedral e não conseguimos entrar devido ao horário (tentamos mais uma vez visitá-la e novamente não chegamos a tempo). Tentamos ir até o Palácio de Buckigham, mas no caminho a Gabi apagou e eu e a Hildinha voltamos para o Hostel (essa foi uma das desvantagens de levá-la pequena ainda. Em alguns lugares ela dormia e seguíamos. Mas em Londres, com chuva e frio, sem chance!).


Ao lado do Hostel, um lago e a vista de Londres
 No segundo dia, Flávia e Ge partiram para Birmingham visitar seus amigos (e foi outra jornada, que depois soubemos!) e nós fomos fazer o roteiro "infantil" (que na real foi muito legal para os adultos também!). Pela manhã descemos novamente na Westminster Station e atravessamos a Westminster Bridge. Essa travessia é um capítulo a parte. Tirei foto com o Darth Vader, vi escocês tocando gaita de fole, japoneses para todos os lados e toda a forma de manifestação cultural que você pode imaginar.

O Sherek Adventure foi a primeira atração. Foi muito legal. Gabi se divertiu horrores, nós também. A Dreamworks criou cenários idênticos aos filmes e a nossa tarefa era encontrar onde estava o Sherek. Totalmente interativo, com muitos efeitos especiais, é um show! Nessa parte de Londres há um pacote de atrações, todas no mesmo local, e os ingressos ficam mais baratos quanto mais atrações você comprar junto. Nós escolhemos Sherek Adventure, Sea Life e London Eye


 Após o Sherek, Gabi se encantou com um lindo carrossel antigo. Na sequencia queríamos almoçar e ai o primeiro perrengue. Tentamos procurar um restaurante próximo dali para voltarmos à tarde e fazer o Sea Life. Começou a chover (como sempre em Londres!), Gabi apagou e nós tínhamos que achar um lugar carregando-a. O Google Maps me mandou para um lugar comercial, sem nada. Até achar um santo brasileiro que me aconselhou a voltar para a beira do Tâmisa e procurar um mercado onde tem diversos restaurantes. Fomos. Tudo lotado. Acabamos comprando um fish and fries na barraca mais comum ao lado do Sherek Adventures! (refeição obrigatória em Londres)




 À tarde tudo estava lotado. Fomos no Sea Life e dali para o Hostel. Á noite fomos no famoso pub ao lado do Hostel. Era um dos meus sonhos dessa viagem conhecer um legítimo pub inglês. Não consegui ir em dois tradicionais que eu havia planejado. Mas este valeu muito a pena. Na beira do Rio Tâmisa, grandioso, estabelecido em um antigo prédio que provavelmente abrigava uma fábrica ou outro estabelecimento comercial. A tradicional cerveja inglesa e uma comida de bar maravilhosa. Ali estava a origem de tudo o que conhecemos sobre botecos hoje em dia: ótimas cervejas, comida fácil e gostosa, um ambiente agradável e acolhedor. Um dos atendentes falava um inglês bem limpo e tranquilo de entender (provavelmente era africano). Pela primeira vez eu estava me sentindo em casa em Londres!

As primeiras experiências em Londres foram intensas, quase surreais. Ali o choque cultural foi forte. Tudo era diferente. Em algumas situações não conseguimos conversar bem com alguns ingleses. A fala rápida e o sotaque acentuado era de difícil compreensão. Londres é tão rica culturalmente que ficávamos embasbacados com tanta informação. Nos outros dias fomos nos habituando. E aí já era hora de partir para outro país... (continua no próximo post)



Sea Life
Sea Life




Esperando o ônibus em frente ao King's College, onde a estrutura do DNA foi descoberta
Shard London Bridge, maior arranha céus da Europa


Terraço do The Salt Quay Pub e a vista do Tâmisa e Londres ao fundo


Sorriso de criança que ganhou doce!

Vista no noturna do Pub


Trilha Sonora: "London London" - Caetano Veloso






23 de julho de 2019

Eurotrip 2019: relatos de uma viagem - Segunda Parte: Sintra





No segundo dia em Portugal pegamos um trem até Sintra. Passeio imperdível. Uma pequena cidade encrustada em um vale de montanhas. Parece que fora desenhada, mas há quase mil anos atrás!
A arquitetura preservada combinada com a natureza proporciona uma beleza incrível. Fomos a pé da estação de trem ao centro (no caminho vários guias tentam te persuadir a fazer uma excursão, que vai de 25 euros à 70 euros! Na minha opinião não vale a pena. Fizemos a pé, pegamos o ônibus que tem um ticket que vale para o dia inteiro).

No centro se encontra o Palácio Nacional de Sintra, que foi o Palácio Real Português até o fim da monarquia (1910). Já na entrada a vista para o restante da cidade é muito bonita. Ao entrar podemos conhecer como era vida da monarquia portuguesa. Vários salões ornamentados, quartos e objetos de decoração de época. Da minha parte achei muito interessante a cozinha, onde pude imaginar como seriam preparados os banquetes reais na época.

De manhã ainda optamos por ir até o Castelo de Sintra (Castelo dos
Mouros). Esse foi um dos pontos altos da viagem! Construído em um rochedo durante a invasão muçulmana no século VIII, foi sendo reconstruído no decorrer do tempo. Além de vestígios antigos, apresenta uma vista deslumbrante de toda a região. É uma viagem direto ao passado, remontando à Idade Média. É impressionante a forma como o castelo foi construído (praticamente "pendurado" nas pedras).

Na volta resolvemos almoçar ao lado da estação de trem. Era tarde para o almoço (15:30 p.m.), mas mesmo assim o simpático garçom conseguiu improvisar um almoço para nós - além da indicação de um delicioso vinho branco português! 

No outro dia nos despedimos de Portugal com uma vontade de ter ficado mais. Teríamos ainda uma breve passagem por Porto na volta ao Brasil. Nas conversas que tivemos com portugueses e brasileiros que encontramos por lá, a constatação do porquê Portugal se tornou uma das principais rotas de turismo na Europa e destino de muitos brasileiros e estrangeiros: belas paisagens, história viva, bons vinhos e ótima gastronomia. Mas principalmente, muita qualidade de vida. Educação, saúde e segurança públicas de qualidade. Algo que em nossa realidade está muito distante. 

















































Trilha Sonora: Wilco "You and I"


4 de julho de 2019

Eurotrip 2019: relatos de uma viagem - Primeira Parte: Lisboa

Vista do nosso apartamento em Lisboa
Apesar dos contratempos da viagem, nossa chegada em Lisboa foi deliciosa! A cidade, já à primeira vista, é deslumbrante. No Uber fomos conversando com um português muito simpático e inteligente. Nos falou da cidade, do crescimento econômico e do bom momento vivido pelos portugueses (primeira pontinha de inveja aqui!). Todos eles têm muito orgulho de sua cultura e dos rumos que o país tem tomado nos últimos anos. 

Tomar um vinho com esta vista!
Nosso apartamento era bem localizado (próximo à Avenida da Liberdade) e próximo de vários pontos turísticos de Lisboa. Já na esquina havia um pequeno mercado cujo proprietário era indiano (e que carinhosamente nós o apelidamos de Apu, um dos tantos indianos que iríamos encontrar ainda em cada pequeno mercado europeu, sempre simpáticos e atenciosos). Queijos, presunto curado, chocolates e vinhos a um preço muito bom. Nossa aventura gastrônomica havia iniciado (que saudades!).


Subindo ao Castelo de São Jorge
Praça do Rossio
Na esquina havia a Praça da Alegria, onde estava acontecendo um festival popular. Porco no rolete, sangria e música popular portuguesa (que é a origem da nossa música brega: sanfona e letras de duplo sentido - "não pegue no pincel do meu marido" - lembram Ge e Flávia?).

Tínhamos apenas dois dias inteiros (obrigado Azul!) para explorar. Saímos a pé até a Praça dos Restauradores e Praça do Rossio. Lindos monumentos, a agitação de uma região central. Parada em um loja psicodélica que vendia sardinhas (sim, a sardinha é uma verdadeira instituição portuguesa!). Resolvemos subir a pé até o Castelo de São Jorge, o que foi um passeio delicioso, conhecendo vagarosamente o centro histórico de Lisboa. 

Vista do Castelo de São Jorge

Castelo de São Jorge
A vista do Castelo de São Jorge é espetacular! A Lisboa antiga nos remete à algumas cidades brasileiras, como Salvador e Rio de Janeiro. Acostada pelo Rio Tejo, o clima é de uma cidade litorânea. Muitos restaurantes, museus, monumentos, tudo muito bem preservado e limpo. Respira-se história em cada canto: as invasões bárbaras, as navegações, a religião católica.

Na saída do castelo, parada para almoço. O pessoal foi de bacalhau (óbvio!) e eu de feijoada portuguesa. Maravilhosa! Estava calor e uma Superbock gelada acompanhou bem demais! A descida foi novamente a pé. Surpreendente. Ruelas históricas, muitas flores, a vista do Rio Tejo. Sem querer chegamos até a Sé Patriarcal de Lisboa, ou a Catedral de Lisboa. Igreja construída a partir do século XII, estilo medieval, bem sóbria e lindíssima.

Feijoada Portuguesa
Catedral Sé de Lisboa


A tarde reservamos para ir a Belém. Passeio obrigatório. O Mosteiro dos Jerônimos foi uma das visitas mais surpreendentes para mim. Estilo renascentista, gigantesco, com diversos corredores e uma igreja impressionante. Ali encontra-se os túmulos de Vasco da Gama e Luis de Camões.
Praça do Império



Mosteiro de São Jerônimo
Na saída a belíssima Praça do Império e o Monumento dos Descobridores. Ali paramos para descansar, tomar uma gelada (e sorvetes Kinder!) e contemplar a vista do Tejo. Não fomos até a Torre de Belém porque era longe e naquele horário já estava fechada. Belém é um belo passeio, é uma delícia caminhar à beira do Tejo e contemplar a paisagem. 

A nossa estadia em Lisboa foi curta, mas a experiência foi fantástica. A cidade é aconchegante, os portugueses são acolhedores e a sensação é de estar em casa. A gastronomia é um dos destaques: parece que estamos provando a comida que nossas avós faziam! É uma viagem à nossas origens. Próxima parada: Sintra.





Monumento dos Descobridores















 Trilha Sonora: Grant Lee Buffalo "Mockingbirds".